Por ser um termo amplamente associado à mudanças de nível global, de atitudes que prometem revolucionar a maneira de investir e empreender, além de zelar o meio ambiente do mundo, o ESG se tornou uma corrente de atitudes que parece tangível apenas para grandes empresas listadas nas principais Bolsas de Valores do mundo, empresas que compões uma elite industrial mundial, e que está completamente distante da realidade das micro, pequenas e médias empresas. Mas será que isso é verdade?
A ideia simples, porém bem organizada que resume o ESG (Environment, Social and Governance, sigla inglesa para Ambiental, Social e Governo) em um primeiro momento afasta os pequenos negócios, e parecem mais fáceis de serem amplamente difundidas por grandes empresas que possuem capital necessário para alguns investimentos como tratamentos de efluentes mais sofisticados, grandes investimentos para reflorestamento, pesquisas ambientais, criações de programas sociais, entre outras medidas exemplos de ESG, porém, essas grandes empresas são minoria no cenário global, e no Brasil representam pouco mais de 1% de todos os negócios existentes.
Em sua grande maioria, esse setor conta, majoritariamente, com pequenas e médias empresas que podem e devem contar com a filosofia ESG para engrandecer e consolidar seus modelos de negócio. Preocupações com o Meio Ambiente, com causas Sociais e com modelos sólidos e transparentes de Governança têm mostrado que essas ações serão grandes impulsionadores de negócios por todo o mundo, e essas transformações foram amplamente vistas durante a pandemia da Covid-19. Muitas pequenas e médias empresas tiveram que se reinventar para manterem seus negócios ativos, funcionando durante essa recessão econômica que o mundo observou.
Isso foi possível, fortemente à uma mudança de visão empresarial, onde custos operacionais tiveram de ser reduzidos, e isso inclui menos gastos de energia e água, maior planejamento e viabilidade financeira de seus produtos e consequentemente de suas matérias-primas, um maior engajamento com os fornecedores, buscando uma melhor qualidade à um bom preço, uma preocupação com o meio em que estão inseridas, gerando empregos e aumentando a demanda de público consumidor, e tudo isso engloba ações características do ESG. Muitos pequenos e médios empresários se tornaram, por sua vez, fornecedores de grandes empresas, devido à essa ideia de conectividade e engajamento para construir uma rede mais qualificada de mercado.
Empresas que antes eram pequenas e médias, sem perspectiva para um crescimento de classe, hoje investem em medidas de médio e longo prazo, para se consolidarem como grandes empresas, seguindo o progresso do ESG. Investem em fontes de energias alternativas, como energia fotovoltaica, economizam água através de captações de água das chuvas, realizam a reciclagem de uma grande quantidade e variedade de materiais, inclusive, gerando renda a partir disso, com a venda desses resíduos segregados para empresas especializadas, e tudo isso resulta em uma classificação e recomendação de selo verde para essas empresas, que passam a ser lembradas como referência quando esse assunto de sustentabilidade entra em pauta.
Muitas empresas também apostam na mão de obra qualificada de regiões periféricas antes segregadas, assim como designam cargos de lideranças para as chamadas minorias, em um processo massivo de inclusão, dando uma oportunidade há muito desejada à essas pessoas, que somam muito para o desenvolvimento intelectual e organizacional para esses negócios, que ao mudarem suas filosofias de negócio, ao se inserirem no mercado ESG, dão um grande passo para seu crescimento exponencial.
O ESG não é apenas para grandes empresas ou conglomerados comerciais, ela é para todos, e todos que nela estiverem inseridos, nos próximos anos, garantirão seu espaço no novo mercado. O ESG veio para mudar tudo, inclusive o patamar de micro, pequenas e médias empresas.
