ESG é a sigla inglesa para Ambiental, Social e Governança (Environment, Social and Governance), que resume uma corrente de mudanças no modo de pensar e agir de várias empresas no mundo, uma corrente que visa cuidados ambientais, proporcionar um ambiente de trabalho mais igualitário, promover inclusões, zelar pela transparência e integridade executiva, entre outros pontos que regem essa visão.
Desde que foi criado em 2005, o termo ESG trouxe consigo não só um ideal, mas sim, ações que de fato mudarão e moldarão o mercado e o jeito de investir no mundo. Diversas empresas por todo o mundo buscaram adotar essas medidas para seguirem o fluxo do mercado futuro, afinal, quando uma vertente impactante como esta, surge em meio à reivindicações como igualdade de gênero não só no mercado geral, como também na administração do mesmo, no setor Executivo das empresas; pautas como sustentabilidade e mudanças climáticas são abordadas por várias nações em congressos globais e grandes empresas denunciadas por fraudes e irregularidades políticas, ela se torna uma divisora de águas para o mercado que marcará o mundo.
Como disse Guilherme Benchimol, ex-CEO da XP: “Empresas que não forem ESG vão acabar”! Uma prova disso, são os valores investidos em fundos de investimento ESG, no mercado financeiro, que somaram mais de US$ 1 trilhão, no ano de 2020*. São números astronômicos que comprovam a força que esse movimento trouxe para o mercado, sobretudo com o apoio de investidores das gerações X e Y, gerações que em geral, optam por investir mais em itens de mercado e ações que se enquadrem em sustentabilidade e equidade.
No Brasil, o ESG também vem mostrando seus impactos, com R$ 543,1 milhões em 2020*, com um aumento de 26% para o ano de 2019*. O processo de impacto do ESG brasileiro ainda é lendo, se comparado aos avanços globais, haja vista que apenas alguns marcadores da corrente financeira são levados em consideração nas avaliações de investidores, como emissão de carbono por parte das indústrias, inserção de mulheres, negros entre outras classes que hoje são minorias no mercado, produtos ecológicos, entre outros, e que não constituem um cenário amplo, que deveria ser levado em conta para a classificação do selo ESG.
Um outro problema enfrentado no cenário brasileiro, é a autodenominação, já que o Brasil não possui uma auditoria para validar se seus demonstrativos, seus marcadores ESG, são aceitáveis para serem classificados como tal, e diversas empresas que historicamente contradizem essa classificação, como petroleiras, empresas extrativistas minerais e vegetais, entre outras, intitulam seus fundos como ESG para agregarem valores de mercado e aumentarem seus lucros, o que comprova a relevância desse selo para o futuro do mercado financeiro, porém deturpa seus preceitos, que nascem para mudar para melhor, o sistema financeiro e o mundo.
Em resumo, o mercado brasileiro está, ainda que a passo lento em relação ao cenário global, seguindo as mudanças que o ESG está proporcionando no mundo, seja no meio ambiente ou no mercado financeiro, e para acelerar essas mudanças, as empresas precisam reformular e repensar suas administrações, com mais transparência e acesso aos investidores, representando suas intenções, além de proporcionarem mudanças em suas ações sociais e suas preocupações com o meio ambiente, essa é a realidade que o ESG trouxe para o mundo atual, e o Brasil está no caminho desse impacto.